quinta-feira, 7 de abril de 2011

Revolta do Contestado

Local: Região do contestado, sul do Brasil
• Causas:
• Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
• Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
• Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
• Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
• Criação dos municípios de Canoinhas, Itaiópolis e Três Barras em Santa Catarina, e de Timbó no Paraná.
• Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
• Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
• 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
• 1910-1912: Questão de terras da fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
• Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
• 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
• Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
• Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
• Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
• Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
• Religiosidade: messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
• Ideologia nacionalista – civilismo na República – construção do exército
Objetivos:
A questão de limites, o ideal monárquico, a oposição a certos coronéis, a questão de terras não explicam completamente o Contestado. Naquela guerra, ideais e crenças se confundiam e, passando de um nível a outro, a defesa da honra dos revoltosos deixa de ser mais relevante do que a defesa da religião que se funda. Monarquia e religião se fundem tendo um saudosismo oitocentista como esteio: funda-se uma “santa monarquia” (Monteiro, 1985, p.84). Se para o país o Contestado se destacava pela questão de limites, para os rebeldes que lutavam nas frentes isso não possuía qualquer significado. Mais do que defender a terra da subsistência, aqueles homens e mulheres defendiam um território celeste, algo prometido por certo “monge”, um espaço onde a dor e o sofrimento não teriam lugar. Tal qual a Terra Prometida dos hebreus, para o povo do Contestado defender seu território é garantir para si o lugar de onde partiriam no dia do Juízo Final. V
Reação do Governo:
Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.
Curiosidade: • Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
• Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
• Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
• Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000.000.000 mais soldados militares
• A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
• Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
Imagens:

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