quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Revolta da Chibata-Guerra Dos Cangaceiros



A Revolta da Chibata
Local: A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país
Causas: Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República (1889), foram restabelecidos no ano seguinte (1890) por um decreto nunca publicado no Diário Oficial, o qual, mesmo assim, foi tomado por base pela Marinha de Guerra, estando nele previstas:
“Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX.
Objetivos: O objetivo dos revoltosos era acabar com as chicotadas ou chibatadas, que ainda faziam parte do código de disciplina da marinha....além disso, as condições de trabalho eram terríveis, a comida, de péssima qualidade... foi contra isso que os revoltosos tomaram o controle dos navios e ameaçaram bombardear a capital brasileira.
Reação do governo : O governo manda prender João Cândido e seus companheiros. Dois anos depois, eles são julgados e absolvidos.
Curiosidades: De acordo com Marco Morel, uma das curiosidades dessa história é que tanto o autor do livro quanto o personagem principal foram perseguidos por seus feitos. Após a vitória do movimento, o gaúcho João Cândido foi preso por um tempo, sofreu torturas e foi expulso da Marinha.







Guerra dos cangaceiros
Local: Ocorreu no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX.
Causas: As causas do surgimento do cangaço foram de natureza variada. A pobreza, a falta de esperanças e a revolta não foram as únicas. Isso é mais que certo. Mas foram estas circunstâncias as mais importantes para que começassem a surgir os cangaceiros. Muitos, como dissemos, eram pequenos proprietários, mas mesmo assim tinham que se sujeitar aos coronéis. Do meio do povo sertanejo rude e maltratado surgiram os cangaceiros mais convictos de que lutavam pela sobrevivência.
Objetivos: Era simples, conforme declarou o cabo Gregório do Nascimento, que assumiu o comando do navio São Paulo: conseguir o fim do castigo corporal e melhorar a alimentação.
Curiosidades: O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", denominado o "Senhor do Sertão" e também "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.
Por parte das autoridades Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.

Revolta da Vacina



Local: Na cidade do Rio de Janeiro.
Causas: No inicio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduos precária e cortiços super povoados e muitas das chamadas favelas. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica.
Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Dr. Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia.
Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da Saúde Pública, criou as Brigadas Mata Mosquitos, grupos de funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para desinfecção e extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. Iniciaram também a campanha de extermínio de ratos considerados os principais transmissores da peste bubônica, espalhando raticidas pela cidade e mandando o povo recolher os resíduos.
Objetivos: Na revolta da vacina, o objetivo dos revoltosos era não ser vacinado E isso foi causado pela falta de divulgação do governo sobre a importância da vacina (não houve campanha sobre o assunto) Além disso, o uso de vacinas era novidade na época e a população achava que poderia ser alguma trama do governo para matar, esterilizar, etc.
Outro problema era que a vacinação foi feita sob violência, com os vacinadores invadindo as casas, juntamente com a polícia Além disso, havia o problema do pudor, pois numa época em que não se via nem o tornozelo feminino, imagine o escândalo que era ser vacinado nas nádegas!
Reação do Governo: A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de Novembro). A rebelião foi contida, deixando 30 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.

Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo sido erradicada da capital.
Curiosidades: A varíola foi a primeira doença contagiosa a ser erradicada por meio da vacinação.
Muitas pessoas eram contra a vacina por acreditarem que ela era imoral, já que sua aplicação era feita nos braços ou nas coxas.
Rui Barbosa, importante político brasileiro da Primeira República, foi um dos que mais atacou a obrigatoriedade da vacinação. Anos mais tarde, reconheceu o valor das idéias de Oswaldo Cruz.
A revolta da vacina também ficou conhecida como “quebra-lampião”.
A revolta da vacina não foi o único movimento que questionou as reformas republicanas. Canudos, Contestado e o próprio cangaço trazem o conflito da modernidade republicana e um velho Brasil.
Por ironia do destino, o presidente Rodrigues Alves, que lutou contra as epidemias, foi vítima de uma: a gripe espanhola.
Mesmo com a revogação da obrigatoriedade da vacinação, Oswaldo Cruz foi alvo de charges e até mesmo de ameaças de morte por algum tempo.

Imagens Guerra do Contestado


Revolta do Contestado

Local: Região do contestado, sul do Brasil
• Causas:
• Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
• Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
• Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
• Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
• Criação dos municípios de Canoinhas, Itaiópolis e Três Barras em Santa Catarina, e de Timbó no Paraná.
• Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
• Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
• 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
• 1910-1912: Questão de terras da fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
• Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
• 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
• Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
• Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
• Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
• Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
• Religiosidade: messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
• Ideologia nacionalista – civilismo na República – construção do exército
Objetivos:
A questão de limites, o ideal monárquico, a oposição a certos coronéis, a questão de terras não explicam completamente o Contestado. Naquela guerra, ideais e crenças se confundiam e, passando de um nível a outro, a defesa da honra dos revoltosos deixa de ser mais relevante do que a defesa da religião que se funda. Monarquia e religião se fundem tendo um saudosismo oitocentista como esteio: funda-se uma “santa monarquia” (Monteiro, 1985, p.84). Se para o país o Contestado se destacava pela questão de limites, para os rebeldes que lutavam nas frentes isso não possuía qualquer significado. Mais do que defender a terra da subsistência, aqueles homens e mulheres defendiam um território celeste, algo prometido por certo “monge”, um espaço onde a dor e o sofrimento não teriam lugar. Tal qual a Terra Prometida dos hebreus, para o povo do Contestado defender seu território é garantir para si o lugar de onde partiriam no dia do Juízo Final. V
Reação do Governo:
Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.
Curiosidade: • Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
• Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
• Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
• Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000.000.000 mais soldados militares
• A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
• Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
Imagens: